A produção de leite é uma atividade do agronegócio fundamental para muitos profissionais que se dedicam exclusivamente a esse trabalho. É um segmento em que existem vários desafios e exige muitos cuidados (com a saúde dos animais, com a higienização e monitoramento nos processos de ordenha, desde a manipulação do leite até a comercialização).
Isso devido à necessidade de seguir rigorosamente critérios fundamentais para manter a qualidade do leite e de seus derivados, diminuir custos, evitar perdas e manter a integridade dos animais. Tudo visando uma produção ética, com produtos entregues a preços acessíveis e de qualidade para o consumidor.
Nesse sentido, um dos principais cuidados que os produtores devem ter é com a saúde das vacas que podem desenvolver mastite, uma doença que afeta a glândula mamária, podendo se manifestar devido a diversos fatores.
Considera-se essa enfermidade como uma das principais causas de prejuízos na cadeia leiteira, podendo resultar em descartes de matéria-prima, custos com serviços veterinários, descarte do animal em casos graves ou tratamento.
Nos casos de mastite clínica com cultura negativa, existem algumas informações de tratamentos baseados no uso de antibióticos. Entretanto, essa pode não ser a melhor opção. Neste artigo você irá encontrar as informações sobre essa doença e saberá se a melhor alternativa para os casos de mastite clínica com cultura negativa é mesmo o uso de antibiótico. Acompanhe o conteúdo!
A mastite se caracteriza pela inflamação da glândula mamária, causada por uma infecção de um microrganismo patogênico. Esse agente entra na glândula mamária através do orifício do teto ou pelo sangue.
Os danos causados pela infecção levam a alterações físico-químicas do leite e apresentam complexidade e custos para o tratamento. A mastite pode se apresentar como subclínica ou clínica. No caso de diagnósticos de mastite subclínica, o produtor acaba tendo prejuízos maiores, pois ela impacta diretamente na perda de produção e na elaboração de produtos de baixa qualidade, manifestando-se ainda de forma silenciosa no rebanho.
Esse tipo de mastite não possui alterações perceptíveis no leite, sendo necessária a aplicação de testes de Contagem de Células Somáticas (CSS) para que haja o diagnóstico.
Por sua vez, a mastite clínica provoca alterações perceptíveis no leite como coágulos, grumos e alterações na cor. Outro sintoma que poderá ser notado é o inchaço e vermelhidão nos tetos.
Vacas com mastite clínica representam, hoje, uma das principais causadoras de prejuízos entre os produtores.
Só para exemplificar, um estudo feito no Canadá estimou os gastos causados pela mastite clínica, o que representou 34%. Em contrapartida, a causa de 48% se deve à mastite subclínica e 15% são relativos às medidas de prevenção.
Somam ainda outros impactos negativos na rentabilidade dos produtores por conta do descarte do leite com resíduos de antibióticos, perdas de produção de leite durante o restante da lactação, tratamentos e o descarte prematuro das vacas.
Quando se diagnostica a mastite clínica, o tratamento que mais se usa é o intramamário à base de antibióticos.
Contudo, dois estudos realizados no Brasil mostram que casos com cultura negativa ou isolamento bacteriano ausente representam 41 a 44% do total.
A ausência de isolamento de bactérias em casos clínicos consiste na cura espontânea antes do diagnóstico.
Além disso, a maioria das mastites clínicas são leves ou médias, o que significa que há menos riscos de morte da vaca, já que somente os casos graves têm indicação para tratamento imediato.
Existem pelo menos 130 microrganismos diferentes que causam a mastite. Por isso, tanto o controle quanto o tratamento devem seguir estratégias exatas e bem claras.
Esse diagnóstico pode ser feito através de uma análise microbiológica. Mas pode-se classificar esses microrganismos em dois grandes grupos baseados na origem e no modo de transmissão.
O primeiro grupo trata-se dos causadores da mastite contagiosa, provocada por microrganismos patogênicos presentes na glândula mamária do animal. Sua transmissão é feita de uma vaca para outra, principalmente durante a ordenha, quando não é feita a higienização de equipamentos utilizados pelos ordenhadores.
O segundo grupo trata-se das bactérias presentes no ambiente onde estão inseridos os animais, como lugar onde deitam, dormem e que acontece a ordenha. A alta incidência desses microrganismos no rebanho revela a carência de boas práticas no manejo e higiene.
Independente do tipo de microrganismo causador, é fundamental entender que o diagnóstico deve ser feito o quanto antes, já que a mastite pode infectar outros animais, causando maiores prejuízos, que podem ser agravados por fatores de riscos. Veja a seguir quais são!
Algumas condições se tornam fatores de risco e situações propícias para elevar as chances de casos de mastite nas fazendas. Tais fatores podem estar ligados a três fontes: ao rebanho, à vaca ou ao úbere.
Quando se trata de fatores relacionados ao rebanho, existem cuidados que devem ser tomados, como a higienização das vacas, limpeza do ambiente, conforto e instalações adequadas, tamanho do local levando em consideração a quantidade de animais, etc.
Caso essas situações não sejam pensadas e implantadas com cuidado, a exposição dos tetos aos agentes causadores de mastite poderá aumentar significativamente.
Outro fator importante relacionado aos riscos é a alimentação desses animais. Isso porque uma boa alimentação estará diretamente ligada à resposta imune das vacas, que nos casos precários, prejudica ainda mais qualquer tratamento e deixa o quadro da doença mais grave.
O clima também precisa ser observado, pois em locais mais quentes e úmidos o desafio quanto a ocorrência e tratamento da mastite é maior.
Além do mais, é preciso investigar a fundo os agentes causadores de mastite em predominância, para que todos os cuidados sejam voltados para o combate certeiro, minimizando perdas e custos.
É preciso observar também o estágio de lactação, que interfere no metabolismo e na imunidade da vaca.
Os úberes, no entanto, apresentam fatores de riscos nos tetos com problemas de hiperqueratose, causados, na maioria dos casos, por mau funcionamento da ordenha. Nesses casos, a chance de ter a doença aumenta entre 20% a 30%.
Os casos de mastite clínica podem variar de acordo com o grau de gravidade dos sintomas. Os sintomas podem se manifestar com alteração no leite, alteração no leite e no úbere, alterações sistêmicas com comprometimento do animal.
Nesse último caso, o grau pode evoluir, levando à apatia, febre, emagrecimento, perda de peso, além das alterações do úbere e do leite.
As atitudes voltadas para o tratamento precisam ser avaliadas conforme cada grau apresentado. O que acarreta na evolução para os seguintes quadros:
Os tratamentos envolvem coleta de amostras para cultura, aplicação de anti-inflamatórios e tratamentos com antibióticos. Contudo, existem questionamentos se nos casos de mastite clínica com cultura negativa, a aplicação de antibiótico é realmente benéfica.
Depois de entender sobre os quadros de mastite, veja no próximo tópico o motivo da necessidade de avaliar criteriosamente esse tipo de tratamento.
Alguns estudos apontam que o uso desnecessário de antibióticos em quadros de mastite clínica pode ser mais maléfico do que benéfico.
Nos EUA foi feito um estudo que avaliou respostas de tratamento com e sem antibiótico em vacas com casos clínicos negativos.
Nos estudos, os pesquisadores verificaram um total de 121 casos clínicos que apresentaram resultados negativos após 24 horas do diagnóstico na fazenda.
Entre a seleção de vacas, metade delas foi submetida ao tratamento com ceftiofur intramamário por 5 dias. Enquanto isso, a outra metade não recebeu qualquer tipo de tratamento.
Houve o monitoramento das vacas durante noventa dias com coletas frequentes nesse período, para verificar o quadro dos animais.
Os principais itens estudados foram a porcentagem de falha de tratamento, a repetição de casos de mastite no mesmo quarto, o total de dias com sintomas clínicos, o total de dias com descarte de leite, a produção de leite e o índice de descarte.
O resultado obtido indicou que não houve qualquer efeito do tratamento com antibióticos dos casos negativos sobre a porcentagem de animais curados da mastite.
Não houve mortes de animais ou taxa de descarte durante o estudo. E de maneira igual, a repetição de casos de mastite clínica foi similar entre as vacas que receberam tratamento e das que não receberam. Sem falar que não ocorreu efeito positivo do tratamento sobre o total de dias de mastite clínica, a produção de leite e a CCS.
Por outro lado, o total de dias de leite que se jogou fora foi três vezes maior para as vacas que receberam o tratamento com antibiótico em comparação com os animais que não receberam tratamentos. O que representou o ganho de 132 kg de leite por caso de mastite não tratada.
Em relação à CCS, a média semanal foi de 251.000 cel/ml durante os 90 dias de estudo, não tendo havido mudança alguma pelo uso de antibiótico.
Dessa forma, o resultado do estudo aponta, de maneira clara, que quando se utiliza o sistema de cultura na fazenda, não há benefício ou riscos do não uso de antibióticos no tratamento de mastite clínica leve ou moderada com cultura negativa.
Os resultados também mostram que não se deve usar a duração dos sintomas como avaliador da eficácia dos tratamentos, cuja duração média é de 4 a 6 dias, independente do agente causador ou do protocolo de tratamento.
O tratamento seletivo ainda é uma medida recente e, por isso, existem alguns receios em aplicá-los. Os produtores se sentem inseguros, bem como técnicos e ordenhadores, em não tratar com antimicrobianos casos de mastite com ausência de isolamento de bactérias na cultura.
No entanto, como apontam estudos recentes, não houve benefícios no tratamento. Portanto, antes de qualquer medida, é importante, acima de tudo, manter boas práticas de higienização para evitar a contaminação.
Além disso, deve-se avaliar especificamente cada quadro para tomar as decisões sobre os tratamentos, os quais deverão atender a cada situação com os organismos que causam a mastite.
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